A CHEGADA DE UM BEBÊ (TEXTO ANTIGO)
Prezadas amigas,
Aos poucos vou retomando minha vida e podendo partilhar a cada dia através
destes e-mails, situações hilariantes pela quais passei há algum tempo atrás. E
à medida que for lembrando e, principalmente, tendo tempo, vou escrevendo-as e
repassando-as a vocês.
Hoje me lembrei de um “causo” muito engraçado: o dia em que a cegonha trouxe uma
neném ao mundo.
A referida neném, nasceu dia 01/09/2011,
portanto, quase nove meses depois do Felipe, e eu já tinha recuperado bastante
da minha forma pré-gravidez. Não que estivesse muito magra, mas bem melhor,
“beeeem” melhor do que há alguns meses antes.
Pois bem, fui comunicada e como a mamãe tinha
liberado as visitas no hospital, lá fui eu, dar uma passadinha para parabenizar
os novos papais de primeira viagem.
Depois de ser mãe e passar o que todas as
mães passam... (e digo passam no tempo verbal conjugado desta forma, porque,
realmente, passam) fico feliz mas um pouco angustiada, pois os papais de
primeira viagem ficam encantados no Hospital com os bebês e sempre comentam
(sempre). “Nossa ele é tão bonzinho, só acorda para mamar.” E sempre me sinto
no dever de alertar: “É ,só aqui, pois estão cansados do parto, o Hospital dá
alta para a gente não é a toa. É só chegar em casa para o chororô começar”. Mas
enfim, todos temos que passar por isso. E no final sempre vale a pena!
Então voltado ao assunto, lá estava eu no
Hospital.
Assim, que entrei no andar da maternidade a
mamãe de primeira viagem estava com sua “mamis” dando a famosa voltinha pelos
corredores do Hospital, que sempre é recomendada pelos obstetras.
Cumprimentei e ela disse que a neném estava
no quarto com o pai que a estava observado enquanto ela caminhava pelo
Hospital.
Dirigimo-nos ao quarto e quando chegamos
constatamos que, realmente, o papai estava observando, muito peculiarmente, a
neném: Desmaiado no sofá, dormindo de boca aberta e quase caindo no chão. Tudo
bem, justiça seja feita, ele faz muito plantão e não conseguiu se manter
acordado olhando a neném por quinze minutinhos.
Minha amiga fala: “Olha só como ele
cuida... Imagina se eu não tivesse pedido para ele olhar ela.... e continuando
diz: “Meu amor... acorda temos visita... a Letícia chegou. Lembra que nós a
chamamos para conhecer a neném?”
Ele de supetão acorda quase caindo no chão.
Só não caiu, porque minha cara caiu antes de tanta vergonha de estar
atrapalhando o descanso do casal.
Pensei: “Sou sem noção!” Mas como ela
tinha me chamado, e sei que tem gente que prefere visita no Hospital para não
ter que ficar marcando visita em casa, não me incomodei de ir. E enquanto ele
se recompunha e saia do estado REM do sono, a minha cara permanecia, vermelha,
menos gorducha, porém estatelada no chão.
O marido fala: “Letícia? É você? Menina
como você emagreceu! Seu nariz até voltou a aparecer. Sério eu nem acreditava
que você ia voltar a ser igual a quando eu te conheci... A esposa estarrecida
exclama: “Meu amor, pelo amor de Deus! A gente não comenta essas coisas! Eu já
te falei...” Ele responde, com toda a propriedade de um “expert” com
observações, devo admitir, muito pertinentes: “ Não. Você falou que a gente não
podia falar quando a pessoa estava gorda. Agora não é o caso da Letícia. Ela
estava tão gorda que a gente nem via o nariz dela que ficava escondido atrás
das bochechas... Só que agora ela já emagreceu, então não tem problema. Só
teria se eu falasse isso enquanto ela estava naquela situação. Agora é até um
elogio, não é mesmo Letícia? Você sabe que está bem. Aliás eu quase nem te
reconheci. Só vi que era você pois lembrava de como era antes. Se não te
conhecesse ia pensar que era outra Letícia. Mas você está muito bem. Parabéns!
Nesta hora as caras da sogra dele e da
esposa foram parar estateladas no chão, bem onde a minha se encontrava minutos
antes. Ambas vermelhas e visivelmente constrangidas. A esposa me pede desculpa
e diz que como ele é do interior não tem muita noção e ainda tem uns cacoetes
que ficam difíceis de serem removidos.
Dirijo-me ao pai e falo: “Muito obrigada!
Realmente já emagreci muito, mas ainda falta um pouco razoável. De qualquer
forma de quilo em quilo já se vão 22 kg eliminados. Mas fico muito satisfeita
de já ter dado para perceber.
”
Assim, graças a um ato falho cometido por
um pai cansado, que sendo interrompido de seu sono da fase REM, não tem tempo
de deixar o SUPER EGO se sobrepor ao ID, minha cara, calmamente, se retira do
chão, onde estava caída e volta para o seu lugar de origem. Desta vez mais
satisfeita e feliz. Afinal, de certa maneira foi um elogio. Feito de maneira
transversa mas, nem por isso, deixava de ser um elogio.
Na volta, fico pensando que realmente o
sacrifício de não comprar três barras de chocolate por R$10,99 está valendo a
pena. Mas ainda me pergunto: “Porque os produtos engordativos ficam sempre ao
alcance da nossa mão em supermercados lojas e etc. Sempre têm uma promoção. E o
detalhe maior você nunca precisa pedir informações de onde eles estão
localizados, pois sempre estão destacados e olhando para você nas lojas e
te pedindo: “ Me leve para a casa”.
Penso... Seria um complô das empresas de
coisas gostosas contra nós mulheres? Seria uma armação da indústria
farmacêutica para vender remédios? Seria uma armação das indústrias dos “diet
shakes” para a gente ter que comprá-los? Seria uma conspiração das modelos e
das atrizes para garantir o mercado, já tão restrito delas?”
Não... refletindo melhor chego à conclusão
que, definitivamente, deve ser um conluio dos meios de comunicação com a
POLISHOP para nos fazer comprar aparelhos milagrosos que, hipoteticamente, nos
promoveriam de bagulhos para modelos de capa de revista com apenas cinco
minutos diários de exercício e um creme miraculoso que dissolve as celulites e
gorduras localizadas. E mais... Tudo isso por apenas R$ 99,90! E com um
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Enfim... mais um devaneio de uma amiga que
agora está cansada e vai dormir um pouco.
Beijocas,
Lê.
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