segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

CAUSOS...E ACASOS

E O TEMPO VOA...HÁ SEIS ANOS ATRÁS, ACONTECIA ISSO



FOTO DA WEB

Prezadas amigas,
São 10:20 h da noite e aguardo às onze para dar mamadeira para meu filhotinho que está lindamente dormindo. Mais uma vez tenho problemas com a tecnologia. Não consigo alterar o padrão em que a tela se apresenta e as letras temam em brotar gigantescas na tela.
O Galo está jogando e pelo barulho da comemoração dos que assistem TV obviamente está ganhando.
Subitamente, uma moça começa a gritar: “Socorro, socorro! Ele estava armado e levou meu sapato. Eu tentei ir atrás dele mas não consegui”. Alheios ao ocorrido e pelo barulho da comemoração de um quase certo gol da Galo (digo isso pois obviamente se estou escrevendo, não estou vendo o jogo) ninguém dentro dos prédios houve. Entretanto, moradores da comunidade chegam aos poucos para acalentar a vítima de roubo (art. 157 do Código Penal.)
Fico tranquila, porque todos a ajudam e ela Graças a Deus recupera seu sapato, que um gentil moço conseguiu pegar o meliante.
Subitamente sou tomada de uma inteligência de computação e consigo configurar a página de forma que as letras conseguem voltar ao tamanho que me agradam.
Estava vendo “CASTLE” na TV e sinceramente é uma das séries que mais gosto
Indico a todas, principalmente, depois do capítulo de hoje em que a tensão sexual entre os protagonistas cede e eles se beijam.
Ela molhada da chuva bate na porta de Castle e se declara.
Tão lindo, sexy e romântico, que tenho vontade de gritar de tanta emoção.
Não é sempre que uma declaração de amor fica tão bem com alguém chegando debaixo de um toró para efetivá-la. (Corrijo-me, com certeza ser pego desprevenido enquanto vê sua TV, por uma pessoa que atravessou a cidade em plena chuva e chegou ensopado em sua casa para te beijar... Definitivamente isso é muito sexy e romântico, não há desculpas esfarrapadas que consigam desmentir isso).
Infelizmente, o Capítulo acaba com um caloroso beijo, vários... e, amigas, cada um mais bonito que o outro. Muito, muito sexy, sem, contudo, ser vulgar. E óbvio a roupa molhada tem que ser tirada.
Ainda faltam alguns minutos para a mamadeira do meu filhote. Não tenho forças para realizar nenhuma leitura, sinto-me muito cansada para tal tarefa. No entanto, se dormir, acordo às quatro horas da manhã com alguém faminto por uma mamadeira.
Troco de canais zapeando e lá está um filme que não me canso de assistir: “Sexy and the City”. Já assisti dezenas de vezes e não me enjoo. É impressionante como cada personagem reflete bem os estilos de cada mulher. Dá para se identificar com uma delas. Todas as mulheres que assistiram a série, sabem com qual personagem se parecem mais.
Eu especificamente não me identificava com nenhuma. Não me sentia enquadrada no perfil de nenhuma delas, mas no fundo sabia eu era só uma falha de entendimento. Ao assistir “Sexy and the City 2”, vi com quem me identificava melhor.
A cena da Charllote falando com a Miranda sobre a maternidade é de uma sinceridade ímpar. Ser mãe é muito exaustivo, porém recompensador. Mas concordo com o que uma minha colega me falou uma vez: “Pensa bem, é muito injusto... babá tira férias, empregada tira férias, marido sai para relaxar sem hora para voltar. E a nós o que sobra? Um horário espremido para encontrar raramente com as amigas e, assim, mesmo, sempre somos interrompidas... pois alguma coisa urgente acontece e os maridos não podem lidar com elas. Tipo: uma troca de fralda, uma pirraça incontrolada...
Enfim, coisas que eles julgam que só o amor materno tem condições de resolver.
E lá se vai mais uma tarde sem conseguirmos colocar o papo em dia.
No filme, a Charlote insiste em sempre mostrar o quanto a maternidade é magnífica. O quanto é gratificante, e, o quanto não atrapalha ou esgota a mãe.
Mas em Abul Dab ela finalmente consegue dizer e admitir para ela mesma que embora quisesse muito ter filhos... às vezes tinha vontade de sumir. Que Rose sua filha chora o tempo todo e que, às vezes, entrava para o quarto e a deixava chorando com a babá. E o pior, quando uma das colegas fala que sua babá é muito sensual, que não usa sutiã e o efeito Jude Law podia acontecer, ela só consegue pensar: “Meu Deus!!! Mas, eu não posso perder a minha babá!” E completa “Como as mães sem ajuda conseguem? Um Brinde a elas, pois merecem.”
Então, profissional do Direito que sou, sou assombrada mais uma vez pela palavra INJUSTIÇA. Meu Deus será que ela é a única a persistir e insistir em aparecer sem sutilezas na vida de todos?
Acho que gostaria que vivêssemos no maravilhoso mundo de Bob. “Sonhar não custa nada, não se paga para sonhar.” Entretanto, para sonhar é preciso tempo de sono coisa que ultimamente não estou tendo.
Mas, realmente, de uma coisa não posso reclamar. Tem um bebê lindo em seu quartinho me esperando. O Galo está ganhando e, não fui assaltada em plena noite, neste frio.
Injustiça, justiça, acordo, audiência de conciliação... talvez eu não teria que trabalhar e pudesse me dedicar a coisas que realmente importam: aproveitar a vida, lanchar todas as tardes com amigas, viajar, namorar mais o maridão, curtir mais meu filhote e principalmente não sentir tanta culpa por não ser perfeita.
E, ainda, mais se não houvesse a ditadura da mulher magra e gostosa eu poderia estar enchendo a cara de comida gostosa e não só de grelhados, saladas e legumes e não estaria restringindo os carboidratos.
Poderia, ainda, ter os sotaques dos artistas Globais, e aonde eu fosse não me fariam a pergunta de sempre: “Dá onde você é? De Minas tá na cara, mas de qual cidade do interior especificamente?” Da Capital, respondo. “Sério não parece” me retrucam. A vontade que tenho é de dizer, na verdade é você que está ouvindo mal. Uma consulta no otorrino te faria bem. Lá existe a opção de se lavar os ouvidos e, assim você poderia perceber que eu sou praticamente a Fátima Bernardes narrando as reportagens do Jornal Nacional (só que não kkkkk)
Agora, a mamadeira me chama e não pretendo ser acordada às quatro da manhã.
Beijos,

FOTO DA WEB


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