sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

A CONQUISTA DO MUNDO!


Bom, para vocês irem se inteirando de minha dificuldade tecnológica... Esse texto, escrevi há mais de 4 anos atrás...

Cá estou eu, no escritório aqui de casa, numa cadeira que não me agrada, com um monte de bagunça espalhada pelo ambiente.
Sim, ao contrário das casas em que o escritório é um lugar de trabalho, estudos e reflexão, o daqui de casa virou o quartinho da bagunça! Especialmente depois de ter transformado o bercinho do meu filhote em caminha.
Estou tentando acreditar que foi uma boa ideia, mas desde o fato, não consigo dormir. Ele escorrega da cama, e cai no colchão que eu coloquei em baixo da cama. Reclama, resmunga e com isso tanto ele quanto eu não conseguimos ter uma noite reconfortante de sono.
Aliás, quem consegue?
Por fim resolvo colocá-lo direto no colchão no chão, mais seguro. Sim, mais seguro e com certeza mais cômodo. Porque como diz minha mãe “Do chão não passa!”
Mas, sinto que estou desviando do assunto e devaneando, assim como alguns com quem convivo o fazem. E quem os chama para a realidade, para que os devaneios não ocupem tempo maior que o necessário? Eu, euzinha.ante, que saiu há poucos dias, arrebentou os cabos do computador do escritório de forma que, qualquer movimento, ainda que leve, nos fios, desconecta tudo, tudo mesmo (internet, telefone, computador e etc). Como, não pretendo ficar abaixada, mudando o fio de posição toda hora, até ele se conectar de novo... cá estou eu... Bem no olho do furacão da bagunça.
 Pelo menos, referida bagunça se restringe a um cômodo da casa.
Às vezes me sinto deslocada, como se só eu não soubesse lidar com computador e avalio o comentário de uma amiga sobre eu me inteirar da evolução “internética” e fazer um blog... e aí resolvo pensar mais um pouco pois, me vem à lembrança um dos tantos Juízes com quem já trabalhei.
Ele muito ansioso, gostava de aproveitar todo o tempo da maneira mais eficiente possível. Mas, parecia que ele sentia que a escrivã não o atendia, plenamente, de forma que diversas vezes ele, educadamente, e muito polidamente dizia: “A Sra. se importa se eu digitar? Acho que como tenho mais desenvoltura com a audiência meu cérebro acompanha melhor se eu digitar.”
Ela: ‘Perfeitamente Doutor...’
E lá íamos nós para a maratona “digitalística”.
Ele digitava, digitava, digitava e quando já estava quase colocando um ponto final.
Pimba!
Notava no meio do texto uma linhazinha vermelha embaixo de uma palavra que não estava corretamente digitada. Então, ele calmamente vinha apagando a frase inteira até chegar na linha vermelha e corrigir o erro de digitação.
Nesta hora eu me sentia o próprio Alexandre o Grande, com um intelectual capaz de dominar o mundo. Afinal, conhecia o poder que o mouse tinha de, pulando toda a frase, sem apagá-la, capturar a linhazinha vermelha e eliminá-la, corrigindo a palavra.
E, assim, ele o fazia e, por diversas vezes...
No início a escrivã revirava os olhos, suspirava...
 O Promotor dava uma risadinha...
E eu ficava lá... olhando as letrinhas aparecendo e sumindo imaginando um barulhinho de tec, tec, tec, que as máquinas elétricas de datilografar faziam quando a gente, assim procedia.
Vez ou outra eu o alertava, antes de continuar a digitar que havia um erro, mas não sempre, para não constrangê-lo.
Mas no final, todos acostumamos com a famosa “rapidez” que ele, assim julgava, que impunha às suas audiências.
E afinal, era para isso mesmo que ele estava lá. Para julgar. Se, assim, considerava que julgava melhor, então estava tudo bem.
Mas certa vez... deu um pouco de aflição a situação. Ele tinha digitado tudo. A ata estava toda pronta quando, de repente, não mais que de repente, ele identificou a famosa linha vermelha na parte: “apregoadas, as partes...” (Que são umas das primeiras palavras da ata).
E ele já tinha digitado tudo, tudo mesmo.
Quando ele começou a apagar eu disse: “Excelência, o senhor me permite uma observação?” Claro Doutora, a senhora quer fazer um aparte, para constar na ata? Esqueci de perguntar. E o Promotor? O Sr. também gostaria?”
Não doutor, não precisa constar da ata, é só que não há necessidade do Doutor apagar tudo para corrigir o início da ata. É só pegar o mouse. Esse negocinho aí do lado, parecendo o ratinho, e clicar em cima da palavra sublinhada de vermelho, e corrigi-la.
“Nossa é mesmo? Eu achei que isso (mouse) fosse só para usar aqui em cima, na... Como é mesmo o nome disso aqui Sra. Escrivã?”
Ela: Barra de ferramentas Doutor. 
Ele: “Isso! Mas foi muito oportuno a Doutora me avisar, agora vamos poder aproveitar muito mais nosso tempo, não é mesmo? A tecnologia evolui muito rápido e se a gente não prestar atenção perde tempo. Por exemplo, isso que a Doutora me falou, de o mouse corrigir as palavras sem necessidade de apagar tudo, deve ter sido instalado recente no computador daqui, pois o Tribunal trocou recentemente os... Como é mesmo o nome Sra. Escrivã?” 
Ela: Programas, Doutor.
Ele, mais uma vez, diz: “Isso!”
E todo satisfeito, olha para a Escrivã, para o Promotor e diz: “Gosto dessa Doutora ela é muito observadora e acompanha os detalhes da audiência, faz manifestações pertinentes e, ainda acompanha a evolução da tecnologia...”
Então, fico satisfeita, recordando este fato penso: “Conquistar o Mundo!" Se Alexandre o Grande tivesse conhecido o mouse, certamente, a América não teria demorado tanto para ser Descoberta.
Agora, bora dormir, porque, apesar da minha "evolução", em 4 anos...
Se navegar é preciso... Dormir é FUNDAMENTAL.

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