terça-feira, 3 de janeiro de 2017

CINEMA: NA CRISTA DA ONDA

NA CRISTA DA ONDA: COMENTÁRIO DO FILME “MINHA MÃE É UMA PEÇA”

Na crista da onda, temos o lançamento de “Minha mãe é uma peça 2”.
Pois bem, vi o filme “Minha mãe é uma peça” (o primeiro filme).
Confesso que fui assistir sem muita vontade ou expectativa. Há muito, já não entrava em sala de cinema para filme de comédia brasileira. Acho que desde os “Normais”. Não gostava do formato, dos enredos, das piadas. Enfim, não gostava. Apenas isso.
Contudo, resolvi dar um crédito a Paulo Gustavo. Já tinha visto alguns filmes pequenos dele. (Não sei o nome que se dá a isso, mas são aqueles vídeos que recebemos por watzap, de 2/5 minutos. E os dele me faziam rir, rir muito).
Mas fiquei na dúvida, afinal sustentar riso, numa média de 3 minutos é uma coisa... sustentar mais de uma hora é outra completamente diferente. E tenho um lema: não fico até o final quando o filme é ruim. Saio, mesmo perdendo ingresso inteira, o que é o fim, porque é caro para caramba.
Enfim, achei que Paulo Gustavo merecia o crédito de arriscar perder o ticket de entrada inteira, no caso de eu sair antes do filme terminar. (Assim, palmas para Paulo Gustavo que me convenceu a ariscar!).
Lá fui.  Eu e meu marido. E gente, vou falar uma coisa: ri demais da conta!!!
Ri de chorar de rir. As coisas que ele fala, a entonação, a caracterização da personagem, TUDO, absolutamente TUDO é de morrer de rir.
Gostei de como ele coloca as coisas difíceis do relacionamento de uma casal separado, com filhos, num formato hilário.
Na hora que a mãe vai arrumar a cozinha e os filhos estão lá comendo, sem ajudar, e ela começa a falar, falar, falar, sem nenhum prestar atenção, e acaba por ir jogando tudo fora, inclusive, o gato (hora que a Marcelina, nota a atitude da mãe) é muito divertido.
Quando vai acordar e joga o balde de água depois de várias tentativas também é muito bom. O jeito politicamente incorreto de tratar a obesidade de Marcelina, também, na representação dele, fica excelente.
Aliás, todo o jeito politicamente incorreto de tratar os assuntos, do dia a dia de uma mãe, é excelente!
Justifico o porquê. Ser mãe nos tempos de hoje é muito difícil. Temos regras, proibições, textos de auto ajuda em TODOS os sentidos. Qualquer coisa que você fizer, tem texto para explicar o porquê de estar errado.
Se se faz, erra-se por ação. Se não se faz, erra-se por omissão. Enfim, é: “se ficar o bicho pega, se correr o bicho come”.
Fora a correria, o trânsito, trabalho, afazeres domésticos, vida social, compromissos de crianças, compromissos de marido, médicos... ufffffa!!!
E esse uffffa não é porque acabou, e só para tomar folego mesmo, porque afazeres da mulher moderna nunca acabam. Quando a gente pensa que está por acabar, vem o ‘”Afazer parte II” atropelar o “Afazer parte I” que ainda nem acabou.
Então se tinha gente querendo que 2016 acabasse logo, porque já “tinha dado o que tinha que dar”, e com medo de que 2017 fosse um 2016 S, pensem na vida da mulher moderna: onde o 2016 S, chega antes do 2016 acabar, e acopladinho ao 2017. Tudo junto e misturado, num liquidificador de potência máxima. Daqueles bem modernos, que nunca tenho aqui em casa porque são caros.
Então prosseguindo, acho que por ser jocosamente politicamente incorreto me divertiu e me distraiu muito.
Muitas vezes vejo comentários e me pergunto: Só eu?!?!
Tudo lindo, tudo fluindo bem, tudo perfeito. Magreza durante a gravidez e no pós parto. Crianças dormindo a noite inteira, evoluídas ao extremo, nada de tristezas.
Aqui em casa é hard. Se eu não evoluir os dois pequenos daqui, não tem evolução não. Ninguém dormiu a noite inteira, e digo mais, não dormem ainda. Cólica veio antes dos 15 dias.
Chorei de insegurança e de cansaço.
Peguei o edredom e estendi no chão para sapatear de cansaço, quando meu filho dormiu, apenas para aliviar a tensão. E porque do edredom? Para sapatear e não acordá-lo, senão o tempo da MINHA pirraça seria diminuído com o barulho dos pés sapateando no chão. Assim, explico e, justifico o uso do edredom.
Não pulei da janela do meu apartamento antigo, porque engordei 29 kg na primeira gravidez e, não teria jeito de passar pela janela, ainda que a mesma não tivesse grade. E mais, custeeeeei a emagrecer de volta.
Gisele Bundchen (o nome dela tem trema, mas meu lap top não tem, pelo menos não achei) disse que a gravidez não era desculpa para a mulher tornar a boca, uma lata de lixo. Angélica, do Luciano Huck, disse que engordar 12/15 kg é normal, mas 20 é falta de vergonha. (gente foi mais ou menos isso, não vou puxar no Google as palavras certinhas, senão... não termino nunca).
EU DIGO: não fui lata de lixo, fui o próprio lixão. E na verdade não tive falta de vergonha, com meu peso na gravidez. Consegui sintetizar, através do ganho de peso, a própria definição de desavergonhada. Superando, desta forma, as duas celebridades, acima citadas, conseguindo me tornar Uber Model e Uber Apresentadora, nestes dois quesitos.
Então, é bom ver um filme, baseado numa mãe desorientada, politicamente incorreta. E que mesmo errando, conseguiu criar seus filhos, da melhor maneira que ela podia, tornando-os pessoas vencedoras.
E mais! Mesmo gritando, esbravejando, surtando (sim! Maternidade é, também, surtar), conseguiu, apesar dos pesares, propiciar condições de seu filho se tornar um homem feliz no relacionamento amoroso e competente profissionalmente.
Peraí, preciso de um mouse (vou pegar um aqui)...
Pronto, coloquei!
Vixe, peraí de novo, preciso de um fundo preto porque ele não está rodando obediente aqui.
Gente, o bicho não está funcionando, está desobedecendo meus comandos!!!!
Ah tá! Estava de cabeça para baixo. (no serviço não sou assim, tá gente? Lá o computador já está pronto. Esse aqui é que é novo e estou sozinha mexendo nele).
Agora pronto mesmo. Viva eu!!! (como diz meu caçula).
Então, voltando ao foco, gostei do primeiro filme, e graças a Paulo Gustavo já vi outros filmes brasileiros de comédia.
Portanto, realmente, a mãe dele é uma peça! Seu filho me fez rever os conceitos sobre comédias brasileiras e sobre arriscar pagar ticket, de cinema, inteira, para ver no que vai dar.
E se ser mãe, é poder ser um pouco disso mostrado no filme, e ainda sim, poder ver seu filho vencer na vida, sem carregar tanta culpa por errar... quero ser também uma peça! Ou, talvez... meia peça rsrs.
Então, para “Minha mãe é uma peça 2”, algumas dicas úteis que, entendo, não podem faltar:
1-      Veja o filme com um balde de pipoca e bebida de sua preferência (suco ou refrigerante);
2-      Aproveite para assisti-lo, se estiver na TPM, porque certamente a risada será garantida e, rir muito, na TPM, cá entre nós, ajuda bastante;
3-      Incorpore, no dia a dia, um pouquinho só, pelo menos, da mãe peça.




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