NA CRISTA DA ONDA: COMENTÁRIO DO FILME “MINHA
MÃE É UMA PEÇA”
Na crista da
onda, temos o lançamento de “Minha mãe é uma peça 2”.
Pois bem, vi o
filme “Minha mãe é uma peça” (o primeiro filme).
Confesso que fui
assistir sem muita vontade ou expectativa. Há muito, já não entrava em sala de
cinema para filme de comédia brasileira. Acho que desde os “Normais”. Não
gostava do formato, dos enredos, das piadas. Enfim, não gostava. Apenas isso.
Contudo, resolvi
dar um crédito a Paulo Gustavo. Já tinha visto alguns filmes pequenos dele. (Não
sei o nome que se dá a isso, mas são aqueles vídeos que recebemos por watzap,
de 2/5 minutos. E os dele me faziam rir, rir muito).
Mas fiquei na
dúvida, afinal sustentar riso, numa média de 3 minutos é uma coisa... sustentar
mais de uma hora é outra completamente diferente. E tenho um lema: não fico até
o final quando o filme é ruim. Saio, mesmo perdendo ingresso inteira, o que é o
fim, porque é caro para caramba.
Enfim, achei que
Paulo Gustavo merecia o crédito de arriscar perder o ticket de entrada inteira,
no caso de eu sair antes do filme terminar. (Assim, palmas para Paulo Gustavo
que me convenceu a ariscar!).
Lá fui. Eu e meu marido. E gente, vou falar uma
coisa: ri demais da conta!!!
Ri de chorar de
rir. As coisas que ele fala, a entonação, a caracterização da personagem, TUDO,
absolutamente TUDO é de morrer de rir.
Gostei de como
ele coloca as coisas difíceis do relacionamento de uma casal separado, com
filhos, num formato hilário.
Na hora que a
mãe vai arrumar a cozinha e os filhos estão lá comendo, sem ajudar, e ela
começa a falar, falar, falar, sem nenhum prestar atenção, e acaba por ir
jogando tudo fora, inclusive, o gato (hora que a Marcelina, nota a atitude da
mãe) é muito divertido.
Quando vai
acordar e joga o balde de água depois de várias tentativas também é muito bom.
O jeito politicamente incorreto de tratar a obesidade de Marcelina, também, na
representação dele, fica excelente.
Aliás, todo o
jeito politicamente incorreto de tratar os assuntos, do dia a dia de uma mãe, é
excelente!
Justifico o porquê.
Ser mãe nos tempos de hoje é muito difícil. Temos regras, proibições, textos de
auto ajuda em TODOS os sentidos. Qualquer coisa que você fizer, tem texto para
explicar o porquê de estar errado.
Se se faz,
erra-se por ação. Se não se faz, erra-se por omissão. Enfim, é: “se ficar o
bicho pega, se correr o bicho come”.
Fora a correria,
o trânsito, trabalho, afazeres domésticos, vida social, compromissos de
crianças, compromissos de marido, médicos... ufffffa!!!
E esse uffffa
não é porque acabou, e só para tomar folego mesmo, porque afazeres da mulher
moderna nunca acabam. Quando a gente pensa que está por acabar, vem o ‘”Afazer
parte II” atropelar o “Afazer parte I” que ainda nem acabou.
Então se tinha
gente querendo que 2016 acabasse logo, porque já “tinha dado o que tinha que
dar”, e com medo de que 2017 fosse um 2016 S, pensem na vida da mulher moderna:
onde o 2016 S, chega antes do 2016 acabar, e acopladinho ao 2017. Tudo junto e misturado, num liquidificador de
potência máxima. Daqueles bem modernos, que nunca tenho aqui em casa porque são
caros.
Então
prosseguindo, acho que por ser jocosamente politicamente incorreto me divertiu
e me distraiu muito.
Muitas vezes
vejo comentários e me pergunto: Só eu?!?!
Tudo lindo, tudo
fluindo bem, tudo perfeito. Magreza durante a gravidez e no pós parto. Crianças
dormindo a noite inteira, evoluídas ao extremo, nada de tristezas.
Aqui em casa é hard. Se eu não evoluir os dois pequenos
daqui, não tem evolução não. Ninguém dormiu a noite inteira, e digo mais, não
dormem ainda. Cólica veio antes dos 15 dias.
Chorei de
insegurança e de cansaço.
Peguei o edredom
e estendi no chão para sapatear de cansaço, quando meu filho dormiu, apenas
para aliviar a tensão. E porque do edredom? Para sapatear e não acordá-lo,
senão o tempo da MINHA pirraça seria diminuído com o barulho dos pés sapateando
no chão. Assim, explico e, justifico o uso do edredom.
Não pulei da
janela do meu apartamento antigo, porque engordei 29 kg na primeira gravidez e,
não teria jeito de passar pela janela, ainda que a mesma não tivesse grade. E
mais, custeeeeei a emagrecer de volta.
Gisele Bundchen
(o nome dela tem trema, mas meu lap top
não tem, pelo menos não achei) disse que a gravidez não era desculpa para a
mulher tornar a boca, uma lata de lixo. Angélica, do Luciano Huck, disse que
engordar 12/15 kg é normal, mas 20 é falta de vergonha. (gente foi mais ou
menos isso, não vou puxar no Google as palavras certinhas, senão... não termino
nunca).
EU DIGO: não fui
lata de lixo, fui o próprio lixão. E na verdade não tive falta de vergonha, com
meu peso na gravidez. Consegui sintetizar, através do ganho de peso, a própria
definição de desavergonhada. Superando, desta forma, as duas celebridades,
acima citadas, conseguindo me tornar Uber Model e Uber Apresentadora, nestes
dois quesitos.
Então, é bom ver
um filme, baseado numa mãe desorientada, politicamente incorreta. E que mesmo
errando, conseguiu criar seus filhos, da melhor maneira que ela podia,
tornando-os pessoas vencedoras.
E mais! Mesmo
gritando, esbravejando, surtando (sim! Maternidade é, também, surtar),
conseguiu, apesar dos pesares, propiciar condições de seu filho se tornar um
homem feliz no relacionamento amoroso e competente profissionalmente.
Peraí, preciso
de um mouse (vou pegar um aqui)...
Pronto,
coloquei!
Vixe, peraí de
novo, preciso de um fundo preto porque ele não está rodando obediente aqui.
Gente, o bicho
não está funcionando, está desobedecendo meus comandos!!!!
Ah tá! Estava de
cabeça para baixo. (no serviço não sou assim, tá gente? Lá o computador já está
pronto. Esse aqui é que é novo e estou sozinha mexendo nele).
Agora pronto
mesmo. Viva eu!!! (como diz meu caçula).
Então, voltando
ao foco, gostei do primeiro filme, e graças a Paulo Gustavo já vi outros filmes
brasileiros de comédia.
Portanto,
realmente, a mãe dele é uma peça! Seu filho me fez rever os conceitos sobre
comédias brasileiras e sobre arriscar pagar ticket, de cinema, inteira, para
ver no que vai dar.
E se ser mãe, é
poder ser um pouco disso mostrado no filme, e ainda sim, poder ver seu filho
vencer na vida, sem carregar tanta culpa por errar... quero ser também uma
peça! Ou, talvez... meia peça rsrs.
Então, para
“Minha mãe é uma peça 2”, algumas dicas úteis que, entendo, não podem faltar:
1-
Veja o filme com um balde de pipoca e bebida de
sua preferência (suco ou refrigerante);
2-
Aproveite para assisti-lo, se estiver na TPM,
porque certamente a risada será garantida e, rir muito, na TPM, cá entre nós,
ajuda bastante;
3-
Incorpore, no dia a dia, um pouquinho só, pelo
menos, da mãe peça.
Nenhum comentário:
Postar um comentário