RETROSPECTIVA DE UMA AMIZADE: 2012
Como disse, em outro texto, aqui no blog, tinha uma retrospectiva
de 2012, baseada em Aquarela de Toquinho... Para vocês... Publico aqui o texto.
Há um tempo, desde que Crock, meu cachorro, morreu venho
refletindo sobre a vida como um todo. Tive vários cachorros, mas só o Crock
acompanhou tanta mudança em minha vida. Melhor em minha vida e de minhas amigas!
Antes dele teve o Caramelo. Quando o Caramelo chegou lá em
casa éramos estudantes e quando ele partiu ainda permanecíamos nesta situação.
Não que nossa vida estivesse parada, em stand by, mas não tínhamos
tanta responsabilidade como agora. Namorávamos, saíamos estávamos na faculdade,
preocupadas com notas... o que fazer quando formássemos... Enfim, preocupações
inerentes aos jovens que sempre acham que a vida é mais difícil do que a dos
adultos.
Ainda, não éramos mães e não sabíamos a responsabilidade que isso
traria na vida da gente!
Crock partiu este ano, mas não sem fazer uma retrospectiva das
vidas que ele tão de perto acompanhou: As vidas minha e de minhas melhores
amigas!
O Crock acompanhou parte da minha depressão. Acompanhou minha
superação da doença, a minha aprovação no concurso. Acompanhou meu namoro com o
Fred. Me viu colocar a “faca no pescoço”
dele para a gente casar! Viu minha posse em outro concurso. Viu minha aflição
para ter um filho e minhas lágrimas a cada chegada da menstruação. Viu meu
primogênito nascer!
Viu o casamento de uma amiga. O repouso dela quando estava
esperando o seu filho. Viu a mesma (mesmo dizendo que não acredita) usar um
pingente com um tanto de medalhinha de Santo para que o filho chegasse ao mundo
sadio. Viu esse filho nascer prematuro e sua chegada em seu antigo apartamento.
Viu essa mesma amiga mudar para outro apartamento e mais uma vez fazer repouso
para ter o segundo filho. Viu, ainda, esse segundo filho nascer...
Acompanhou o término do namoro de outra amiga e viveu o encontro
dela com um outro cara muito mais legal. A paquera dos dois, o pedido de
noivado na viagem (A ansiedade dela era tamanha, que a surpresa do namorado,
que era para o final da viagem, teve que ser antecipada). Acompanhou a luta deles
para ter um filho. Viu pelos meus olhos o belo quarto que eles fizeram para a
bebê e a enorme quantidade de roupa rosa que ela comprou. Viu que essa amiga nunca
vai cansar de comprar roupa rosa para a filha. Viu, ainda, a surpresa dela
quando ficou grávida do segundo filho, uma vez que ela achava que nunca mais
teria filho.
Viu uma terceira amiga casar. Viu o lindo apartamento dela. Viu
ela mudar para outro apartamento e ter a filha num apartamento alugado, pois o
novo não ficava pronto. Viu o repouso dela na gravidez do segundo filho, desde
o quarto mês até ao nascimento... tudo isso no mesmo apartamento alugado, porque
o dela não ficava pronto. Não viu, entretanto, a família dela, finalmente,
mudar para o novo apartamento, porém tenho certeza de que, de onde ele estiver,
está vibrando com a casa maravilhosa dela.
Viu outra amiga se separar... Viu a mesma encontrar o atual
marido... ouviu a mesma dizendo que adorava cortar as unhas do marido.
Acompanhou a luta dela para ter mais um filho. Chorou quando ela perdeu o
primeiro bebê. Chorou, mais ainda, quando ela perdeu o segundo. Porém festejou e
comemorou, sem comedimento, a alegria da gravidez que deu certo. O entusiasmo
dela para montar o quarto do bebê, as compras. Viu o filho nascer quase na
virada do ano!
Viu o vizinho, sem senso, dessa amiga, perguntar no Ano Novo para
quando era o bebê e após a resposta de que ele já tinha nascido, falar: “Para
com isso fala logo quando o neném vai nascer!” Acompanhou, também o
emagrecimento dela pós-gravidez.
Este ano, porém deixou de acompanhar nossas vidas em 23 de agosto,
não sem, porém, chegar a algumas conclusões, pois viu muita coisa acontecer...
Acompanhou grande parte da viagens de uma amiga e concluiu que ela
é uma cidadã do mundo e que sua vida passa pelo Brasil e por mais um tanto de
lugar do planeta. Concluiu que esta pessoa tem um espírito livre e anseia mais
do que ninguém por conhecer gente nova e cultura nova.
Concluiu que outra, a cada dia que passa, amadurece mais, e agora
nesta nova oportunidade de ser, mais uma vez mãe, aproveita mais e mais a
maternidade. E entende que não interessa a estrutura formada, a casa montada,
trabalho estável... a maternidade é sempre uma coisa complicada e cansativa
quando não se terceiriza a função de mãe. Viu essa querida amiga, não só se
tornar mãe, como assumir o papel de mãe.
Viu outra amiga operar de hérnia e ficar ansiosa com uma cirurgia
do filho. Viu o sofrimento dela este ano, mas viu também que esta pessoa
amadureceu e se tornou uma pessoa muito melhor. Viu seu casamento ficar mais
forte e os laços familiares dela se fortalecerem. Enfim, viveu para ver que ela
não só cresceu, amadureceu mas, sobretudo, se tornou uma mãe melhor e uma esposa
melhor.
Viu que outra amiga, apesar das dificuldades que passou no início
da vida da filha, teve força para, junto ao marido, superar tudo e ver mais uma
filha entrar na escola e ser a noivinha da roça mais bonita da escola! Viu que
ela, mesmo quando enfraquecida pelas viradas da vida, não desiste nunca. Viu
que, esta sim, pode ser garota da propaganda do Brasil... porque,
definitivamente, é Brasileira e não desiste nunca!
Viu, por fim, e infelizmente, uma outra querida ter sua vida
interrompida de maneira brusca. Viu que esta amiga, diferente de nós, não vai
ser convidada pelo futuro a rir ou chorar. Ela encontrou seu último muro e
deixou de seguir na astronave da vida.
Nós, contudo, continuamos a vida, e não só encontramos um muro,
como encontraremos vários e sempre seguiremos em frente para pilotar a
astronave do futuro. Que às vezes nos apresenta coisas boas, às vezes nem
tanto, mas sempre nos convida a rir ou chorar. Como na música do Toquinho que
diz:
“Um menino caminha e caminhando chega no muro
E ali logo em frente, a esperar pela gente, o futuro está.
E o futuro é uma astronave que tentamos pilotar,
Não tem tempo nem piedade, nem tem hora de chegar.
Sem pedir licença muda nossa vida, depois convida a rir ou chorar.
Nessa estrada não nos cabe conhecer ou ver o que virá.
O fim dela ninguém sabe bem ao certo onde vai dar.
Vamos todos numa linda passarela
De uma aquarela que um dia, enfim, descolorirá...” (Aquarela)
E ali logo em frente, a esperar pela gente, o futuro está.
E o futuro é uma astronave que tentamos pilotar,
Não tem tempo nem piedade, nem tem hora de chegar.
Sem pedir licença muda nossa vida, depois convida a rir ou chorar.
Nessa estrada não nos cabe conhecer ou ver o que virá.
O fim dela ninguém sabe bem ao certo onde vai dar.
Vamos todos numa linda passarela
De uma aquarela que um dia, enfim, descolorirá...” (Aquarela)
Essa foto me remete à partitura da canção, sendo o passarinho a nota musical |
Então desejo a todas que continuemos, juntas, a navegar na
astronave da vida. Sabemos que nem sempre iremos rir, mas certamente superaremos
mais e mais coisas para nos tornarmos melhores ainda... a vida nos permite
amadurecer e crescer a cada ano.
Não é fácil crescer, mas, ao fazermos, isso permitimos aos nossos
filhos um legado cada vez melhor.
13 era o número de sorte do meu avô!
Este ano iremos certamente
aproveitar do amadurecimento que adquirimos ao longo da vida e se Deus quiser,
ainda iremos rir e chorar juntas muitas e muitas vezes. Nossa amizade nos
permite isso!
Um brinde a 2013!
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